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...Todo encontro É UM reencontro...

domingo, 22 de setembro de 2013

A Luz da Convicção

                                                                          Priscila Dias

No avançar do estudo das Câmaras Herméticas, o busca-dor tende a ampliar em si o valor do seu querer diante dos códigos sociais, dos padrões culturais e ideológicos que o cercam. Compreende que os limites impostos por esses paradigmas são ilusórios, aprisionadores e limitam a percepção e acesso do ser à Ciência Arcana, Verdadeiro Canal por onde se viabiliza a Libertação. Entretanto, como o busca-dor, por mais adiantado que esteja na Senda, ainda se encontra dentro do Plano Imanente, ou seja, da Dualidade, tudo por quanto sente, faz e analisa, perpassa pela mecânica dos Princípios Universais. Neste caso, examinaremos que a partir da Polaridade, que afirma: “Tudo é duplo; tudo tem dois polos", toda essa ampliação do valor dado ao próprio querer, sujeita o busca-dor a prisões em outros níveis, enganando-se que está livre, pois rejeita códigos. Há de se ter cuidado com ampliação perceptiva que se desenvolve sem uma base, um centro que possibilita maior estabilidade ao ser. Caso contrário, na mesma proporção que se amplia, também se aprisiona. Um exemplo disso pode ser observado em grupos de pessoas que por um ideal religioso, filosófico, cultural se colocam a partir de suas percepções como críticos e isolados das demais pessoas e movimentos da sociedade. Esses grupos acreditam que os outros estão sob algum sistema de aprisionamento do qual não quer participar, pois dele se sentem livre, com isso, muitas vezes não se dão conta de que aquele grupo do qual comunga em ideias e buscas torna para si outro e sutil sistemas de aprisionamento. Sob a perspectiva aqui exposta, o busca-dor, por esta análise, pode concluir que tudo pelo qual idealiza e se move está sob alguma prisão e livrando-se dos códigos impostos está na verdade gerando outros, assim a Libertação parece ser algo impossível de ser alcançada, sendo todas as buscas nesse sentido meros artifícios das teias ilusória que tecem esse plano. A isto respondemos: sim e não.
O Hermetismo elucida que este é um plano mental,ilusório,dual e aprisionador. Assim toda a análise que possa o busca-dor desenvolver está dentro disso. Contudo, também esclarece e aponta o caminho que garante ser possível galgar e chegar a Libertação. Isso perpassa pelo Desenvolvimento Espiritual do ser que, ao longo de suas encarnações vem graduando sua memória existencial e ampliando seu acesso e união com as Verdades Maiores, que aos poucos vem libertando o ser das amarras mentais até que se encontre com o estado em que tudo É a Consciência Cósmica. A análise da problemática do querer diante dos códigos pode se tornar mais clara, trazendo à compreensão a didática do Principio da Correspondência que afirma: “O que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima". Como o ser está em processo contínuo de graduação perceptiva, comparamos com uma criança, desde pequenina a ela é dado limites, estabelecem-se regras e ritmos que intencionam cercá-la de segurança para que possa gradualmente vir adquirindo autonomia e lucidez em suas escolhas e passos na vida, a criança que recebe uma boa base educativa se desenvolve uma pessoa com mais estabilidade, foco e articulação.
Correspondendo esse processo de desenvolvimento da criança ao do ser no seu desenvolvimento espiritual, evidencia-se que os códigos, sejam eles de qualquer espécie, familiar, religioso, cultural, social, ainda se fazem necessários para que, assim como a uma criança, estabeleçam-se regras e ritmos que o cerquem de segurança. Desta forma, pode gradualmente adquirir autonomia e lucidez em suas escolhas e passos na vida, estabilizando-o dentro do Infinito MaR da Consciência Cósmica, para que mais na frente e no Alto adquira pleno Domínio onde Livre possa navegar. Essa percepção da "importância" ou da "necessidade" de códigos, é fundamental para que o ser se fundamente e se estabilize diante a problemática. Por um lado, aumentando seu grau de compreensão com aqueles que de muitos códigos são prisioneiros. Por outro, não sendo o busca-dor "adolescente rebelde" que a tudo quanto identifica como código quer quebrar pelo simples gosto ou ilusão de não estar prisioneiro, tendendo, assim, a elaborar outros sistemas mentais, pessoais ou grupais de códigos, ficando tão prisioneiro ou mais do que aqueles quanto julga.
A Luz da Convicção vem da mesma forma como chega a Sabedoria das pessoas mais maduras. Vem pelo conhecimento da problemática, pelas Leis Universais que permeiam toda e qualquer análise. É pela Convicção que o busca-dor constata que não existe certo ou errado além da relatividade de cada um ou de cada contexto. Contudo, faz o certo pela convicção da Verdade e não pela imposição de nada ou de ninguém. Faz o bem, segue o bem, pelo querer bem, sentir bem, estar bem. Diante da sociedade, compreende e valoriza o grau de cada ser e de cada sistema, escolhe por onde caminhar o que na maior parte das vezes também se assenta sobre alguns códigos, mesmo sabendo, nesse grau, o busca-dor o faz não pelo código, mas pela Luz da Convicção que brilha em si, orientando-o e guiando-o com maior estabilidade diante das polaridades pelas quais perpassa suas análises, ações e objetivos. A partir de UMa perspectiva muito além da problemática dos códigos, diante desta Luz o ser tem UM foco mais claro, salvando-se das culpas pelo entendimento que possui dos graus de aprisionamentos e dirigindo-se em busca da Libertação.

domingo, 15 de setembro de 2013

Os movimentos da Mente diante da compreensão

Priscila Dias

O grande destaque do ser humano, em vista aos outros seres que nesse planeta se relacionam, se deve à sua propriedade observacional e analítica diante do mundo que o rodeia e seus respectivos fenômenos. Ao longo de suas diversas vivências, o ser está sujeito a inúmeras experiências e percepções, através de suas encarnações. Desta forma, a análise mais ampla acerca dessa problemática não se resume a apenas uma existência do ser. Ou seja, essa propriedade é nele desenvolvida de forma gradual, a partir de quando nasce e ao longo de suas existências. Com isso, se, por um lado, a graduação analítica expande sua memória, possibilitando-lhe maior conjunto de dados registrados em contínua rede dialógica de informações diante de si mesmo e do mundo, o que, consequentemente, amplia sua capacidade de análise em face de tudo aquilo que vê, por outro lado, a tendência natural é que o ser observador/analítico utilize o seu prévio-conhecer, isto é, o enquadramento conceitual, pré-conceitual de rótulos e classificações elaboradas mediante imposições linguísticas e sociais diante do sentido dos objetos. Assim, ocorre que o ser busca conhecer aquilo que vê e sua análise se pauta em um conjunto de conhecimentos, onde as informações são progressivamente registradas e classificadas.
Contudo, as definições, os conceitos e as classificações são tudo aquilo que de mais "morto" há no processo de observação dos fenômenos que o ser experiencia. Isso porque a mente movimenta-se no sentido de compreender aquilo diante do qual está focada. Para tanto, ativa dentro de si diversos níveis vitais e dinâmicos, que articulam um encadeamento de conexões dialógicas, culminando com o momento em que o compreensão buscada é aparente ou parcialmente atingida, fase onde são formulados conceitos e classificações resultantes da análise... A partir disso, a tendência é que o ser se satisfaça e materialize o Conhecimento através de conjuntos conceituais, classificações, padrões e códigos. É nesse ponto que aqueles movimentos, que impulsionam a análise, perdem a força de atuação. Como a mente não cessa o seu processo analítico-observacional, não podemos dizer que os movimentos vitais e dinâmicos deixam de atuar, mas se deslocam para outro foco de observação. Logo, no decorrer de sua graduação analítica, o ser está mentalmente mergulhado em UM contínuo processo de movimentar-se em busca do entender, parar diante do conhecer e imediatamente redirecionar-se a outras e outras buscas. Portanto, o que ocorre é que o ser conhece aquilo que observa e analisa, configurando-se um conjunto de Conhecimento, onde as informações são registradas e classificadas. Nesse sentido, podemos afirmar que o resultado final da análise, ou seja, a apreensão da forma e dos sentidos intelectuais do objeto, mediante conceitos, classificações e códigos, representa o saber-compreender da mente.
Priscila Dias



O grande destaque do ser humano, em vista aos outros seres que nesse planeta se relacionam, se deve à sua propriedade observacional e analítica diante do mundo que o rodeia e seus respectivos fenômenos. Ao longo de suas diversas vivências, o ser está sujeito a inúmeras experiências e percepções, através de suas encarnações. Desta forma, a análise mais ampla acerca dessa problemática não se resume a apenas uma existência do ser. Ou seja, essa propriedade é nele desenvolvida de forma gradual, a partir de quando nasce e ao longo de suas existências. Com isso, se, por um lado, a graduação analítica expande sua memória, possibilitando-lhe maior conjunto de dados registrados em contínua rede dialógica de informações diante de si mesmo e do mundo, o que, consequentemente, amplia sua capacidade de análise em face de tudo aquilo que vê, por outro lado, a tendência natural é que o ser observador/analítico utilize o seu prévio-conhecer, isto é, o enquadramento conceitual, pré-conceitual de rótulos e classificações elaboradas mediante imposições linguísticas e sociais diante do sentido dos objetos. Assim, ocorre que o ser busca conhecer aquilo que vê e sua análise se pauta em um conjunto de conhecimentos, onde as informações são progressivamente registradas e classificadas.
Contudo, as definições, os conceitos e as classificações são tudo aquilo que de mais "morto" há no processo de observação dos fenômenos que o ser experiencia. Isso porque a mente movimenta-se no sentido de compreender aquilo diante do qual está focada. Para tanto, ativa dentro de si diversos níveis vitais e dinâmicos, que articulam um encadeamento de conexões dialógicas, culminando com o momento em que o compreensão buscada é aparente ou parcialmente atingida, fase onde são formulados conceitos e classificações resultantes da análise... A partir disso, a tendência é que o ser se satisfaça e materialize o Conhecimento através de conjuntos conceituais, classificações, padrões e códigos. É nesse ponto que aqueles movimentos, que impulsionam a análise, perdem a força de atuação. Como a mente não cessa o seu processo analítico-observacional, não podemos dizer que os movimentos vitais e dinâmicos deixam de atuar, mas se deslocam para outro foco de observação. Logo, no decorrer de sua graduação analítica, o ser está mentalmente mergulhado em UM contínuo processo de movimentar-se em busca do entender, parar diante do conhecer e imediatamente redirecionar-se a outras e outras buscas. Portanto, o que ocorre é que o ser conhece aquilo que observa e analisa, configurando-se um conjunto de Conhecimento, onde as informações são registradas e classificadas. Nesse sentido, podemos afirmar que o resultado final da análise, ou seja, a apreensão da forma e dos sentidos intelectuais do objeto, mediante conceitos, classificações e códigos, representa o saber-compreender da mente.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A Eterna Fonte Cristalina

Priscila Dias



Em um ponto muito além do que pode ser concebido, está a Eterna Fonte Cristalina do Conhecimento de Tudo Quanto Há. Dessa fonte, despontam como que inúmeros canos que ligam sua Água a diversas caixas de diferentes tamanhos e formas. Num primeiro momento, cada recipiente se auto-percebe e ignora os demais, tendo, assim, sua existência como parâmetro filosófico-existencial alcançando suas próprias barreiras perceptivas espaciais, como limite máximo da percepção atualizada. Ao longo de tempos e tempos, durante os quais a Água jorra e se espraia, algumas das caixas se enchem e derramam sobre as outras, dando-se conta de que não estavam sozinhas, como suponham. Desde o advento dessa lucidez, tendem a ampliar as barreiras da percepção, fazendo emergir toda uma esfera de novos padrões, informações e relações. Desde eras indescritíveis, esse processo de ampliação tem formado os seres mais elevados em percepção, os quais abarcam grande quantidade de conhecimentos e aplicações sobre os mecanismos de toda a tubulação da existência,  bem como adquirem mais e mais sabedoria sobre o modus operandi que permite a real conexão entre os canos. Com isso, percebem um contínuo e crescente rompimento de limites e ampliação cosmoperceptiva, pois há o real entendimento da ascensão do micro em direção ao Macro, do cano e da caixa em direção à Suprema Fonte.

terça-feira, 21 de maio de 2013

O despertar da percepção e a importância do querer



Diante do despertar da percepção, um dos maiores entraves que os seres enfrentam é o aprisionamento aos códigos de conduta. Quando se compreende isso, pode-se iniciar um problema talvez maior: atuar no mundo de forma a quebrar códigos e códigos, como um ato de revolta diante do sistema de controle social. Esse posicionamento é igualmente ilusório, visto que o ser, por mais que tente quebrar códigos, o faz dentro de algum padrão conceitual aprisionador. Nesse caso, o de vestir uma roupagem de rebelde e revolucionário, a qual, em ultima análise, não deixa de ser um estímulo à outra possibilidade de códigos, mas menos claros que os convencionais. 

A partir do Princípio da Correspondência, pode-se estabelecer uma analogia do ser em processo de amplo despertar psíquico. Quando ainda não percebia a possibilidade do real despertar, é como se estivesse ainda na "infância", sentindo-se uno com “tudo”, ainda sem condições que o incomodavam e com “o sono tranquilo". Conforme amplia a sua percepção de mundo, o ser também vê crescerem suas angústias, a noção de separatividade, o julgamento e a compreensão de que códigos e regras são as leis que regulam o seu ir e vir, sua forma de atuação na sociedade. Já na adolescência, a tendência à rebeldia, à revolta e à quebra de limites o conduzem a contestar e mesmo a desestabilizar a ordem local estabelecida. Contudo, por mais que se denominem “contestadores, rebeldes, anarquistas", ainda se encontram dentro de um grande código que os limitam, por exemplo, o representado uma ideologia a ser seguida como paradigma.

Com base no exposto, pergunta-se: onde reside a possibilidade da libertação do aprisionamento dos códigos, se a busca por quebrá-los parece não ser um caminho maduro? A continuação da analogia pode apontar um caminho. Já tendo passando por algumas experiências, aprendizados que lhe serviram como base de racionalização e conduta, bem como com maior acesso a mecanismos estruturais que lhe permitem maior liberdade, deslocamento e expressão, o ser pode se posicionar com mais clareza, fazendo valer o seu querer e negociando estrategicamente sobre a melhor forma de proceder diante de um código, racionalizando-o não por padrões de valores impostos, mas sim sob a perspectiva da realização do seu querer. Trazendo a análise para o ser que busca o despertar, pode-se dizer que libertar-se dos códigos é um dos passos fundamentais para o seguimento mais lúcido e firme na busca da Senda Espiritual. Porém, esse libertar-se ainda não pode, dentro da Imanência, acontecer em plenitude, o que exige do busca-dor um contínuo negociar estratégico para a realização do seu querer mais autêntico. É dessa forma que o ser pode gradualmente se dar conta de que não é desejável "declarar guerra" contra os códigos, mas sim, dentro de todos os contextos, preparar o seu maior guerreiro, fortalecendo-o e destacando-o pelo seu querer genuíno.

É o querer esse guerreiro, o grande responsável pela libertação dos níveis de aprisionamento. Quando o ser o valoriza,  permite que seja cada vez menos anulado ou coagido, tornando-se mais presente e incisivo. Assim, o busca-dor pode ampliar sobremaneira sua percepção, aproximando-se paulatinamente da Libertação, tornando-a cada vez mais lúcido e menos susceptível aos aprisionamentos dos códigos.


A lucidez diante da ilusão de complexidade

Priscila Dias

Quando pensamos, em sentido mais amplo, acerca da Polaridade dentro da Imanência, nos direcionamos a uma conclusão segundo a qual Kether e Malkuth são oposições de UMa mesma Essência. No nível da "Árvore da Vida do Universo", enquanto Kether é o extremo da expansão que a percepção do ser pode focalizar em seu plano, representando a Liberdade Plena, a Onisciência, a Onipotência e a Onipresença, ou seja, a Unificação de TODO o conjunto de percepções e atuações, Malkuth representa as condições exatamente opostas, alcançando, em essência, o mesmo objetivo maior do seu polo oposto, diferente em grau, mas de mesma natureza. 

Seria simples e estaria tudo resolvido se o Universo, que é Mental, não se manifestasse em complexos desdobramentos, que se realizam em infinitas faixas vibratórias, as quais se cruzam, se interligam, ressoam e influem umas sobre as outras, gerando outros a desdobramentos ad infinitum. 

Os Princípios, que parecem tão poucos e tão simples, geram, nesse Jogo Existencial que é o Universo, uma vastidão de análises e vivências, num emaranhado em que muitos sábios já se perderam e se perdem, muitos loucos já atingiram a lucidez, muito magos se dissolveram na magia e muitos seres de inúmeras hierarquias se elaboram e reelaboram em UMa vasta coexistência de percepções e manifestações em diversos níveis e planos.

Mesmo assim, pela Correspondência, é possível usar as análises em sentido mais amplo. É viável compreender as formas de atuação das leis naturais e dos processos mentais, para buscar maior lucidez e domínio diante dos emaranhados complexos que permeiam o TODO. Daí sente-se a necessidade de bases intelectivas, de conhecimentos construídos gradual e dialogicamente, pois, na ilusão de Universo, tudo está em Movimento. 

Quem quer se encontrar, precisa, muitas vezes, se perder, ou melhor, em ultima análise, dar-se conta do quanto está perdido.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Todos Somos Um


                                                                 Todos Somos Um



Navegando pelos rios da Vida, dou por mim pensando em um rio de geleiras composto de numerosos e fragmentados blocos de gelo. Se cada bloco, em dado momento, se percebesse enquanto ser individual, por certo, dali nasceria uma noção de separatividade e com ela o terrível julgamento que, implacável, declara: a distancia pelo espaço que há entre si e os outros; a diferença nos formatos, logo imbuída de valores; assim como o estranhamento na expressividade com que cada bloco se destaca em seu ponto de localização.

Imagino o sábio o rio acompanhando as ânsias instauradas diante das complexidades, compreensivo e sereno, sem dúvida sorrindo e silenciosamente dizendo:  

 "Queridos blocos de gelos, não vês que sois Eu que emergi e condensei-me em pequenas partes? Tão logo volteis a mergulhar e dissolver os Limites lhes colocados pela obscura e fria matéria, ampliareis o alcance de sua percepção, do seu sentir e do seu querer e mansamente entendereis que, o que importa acima de todas as importâncias É a Essência Verdadeira e Essa preconiza tão SO-mente que, Todos Somos Um".

Priscila Dias