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...Todo encontro É UM reencontro...

domingo, 15 de setembro de 2013

Priscila Dias



O grande destaque do ser humano, em vista aos outros seres que nesse planeta se relacionam, se deve à sua propriedade observacional e analítica diante do mundo que o rodeia e seus respectivos fenômenos. Ao longo de suas diversas vivências, o ser está sujeito a inúmeras experiências e percepções, através de suas encarnações. Desta forma, a análise mais ampla acerca dessa problemática não se resume a apenas uma existência do ser. Ou seja, essa propriedade é nele desenvolvida de forma gradual, a partir de quando nasce e ao longo de suas existências. Com isso, se, por um lado, a graduação analítica expande sua memória, possibilitando-lhe maior conjunto de dados registrados em contínua rede dialógica de informações diante de si mesmo e do mundo, o que, consequentemente, amplia sua capacidade de análise em face de tudo aquilo que vê, por outro lado, a tendência natural é que o ser observador/analítico utilize o seu prévio-conhecer, isto é, o enquadramento conceitual, pré-conceitual de rótulos e classificações elaboradas mediante imposições linguísticas e sociais diante do sentido dos objetos. Assim, ocorre que o ser busca conhecer aquilo que vê e sua análise se pauta em um conjunto de conhecimentos, onde as informações são progressivamente registradas e classificadas.
Contudo, as definições, os conceitos e as classificações são tudo aquilo que de mais "morto" há no processo de observação dos fenômenos que o ser experiencia. Isso porque a mente movimenta-se no sentido de compreender aquilo diante do qual está focada. Para tanto, ativa dentro de si diversos níveis vitais e dinâmicos, que articulam um encadeamento de conexões dialógicas, culminando com o momento em que o compreensão buscada é aparente ou parcialmente atingida, fase onde são formulados conceitos e classificações resultantes da análise... A partir disso, a tendência é que o ser se satisfaça e materialize o Conhecimento através de conjuntos conceituais, classificações, padrões e códigos. É nesse ponto que aqueles movimentos, que impulsionam a análise, perdem a força de atuação. Como a mente não cessa o seu processo analítico-observacional, não podemos dizer que os movimentos vitais e dinâmicos deixam de atuar, mas se deslocam para outro foco de observação. Logo, no decorrer de sua graduação analítica, o ser está mentalmente mergulhado em UM contínuo processo de movimentar-se em busca do entender, parar diante do conhecer e imediatamente redirecionar-se a outras e outras buscas. Portanto, o que ocorre é que o ser conhece aquilo que observa e analisa, configurando-se um conjunto de Conhecimento, onde as informações são registradas e classificadas. Nesse sentido, podemos afirmar que o resultado final da análise, ou seja, a apreensão da forma e dos sentidos intelectuais do objeto, mediante conceitos, classificações e códigos, representa o saber-compreender da mente.

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