
É um privilégio viver em uma época com liberdade de pensamento e expressão. É um privilégio ainda maior ter um espaço para fazer isso de forma madura, com o foco comum na busca pelo Conhecimento. Por longos períodos, a humanidade viveu na escuridão mental, à mercê de dogmas e dos interesses de impositores. A rigor, esse tempo ainda persiste, e são poucos os que estão despertando de fato.
Sempre que um novo conhecimento emerge, ele encontra duas forças opostas: a imposição e a refutação. Uma força tenta impor o conhecimento como uma verdade absoluta, enquanto a outra busca desconstruí-lo por meio de diversos argumentos. Isso seria simples se o Universo fosse simples, mas, embora ele seja um em sua essência, sua manifestação é um complexo emaranhado de leis e desdobramentos, que dialogam com diferentes linhas de compreensão e níveis de percepção.
É crucial reconhecer que existem diferentes tipos de refutação. As reflexões genuínas são buscas sinceras pela essência que subjaz a tudo que existe. No entanto, o que acontece com frequência são refutações impulsionadas por uma obstinada necessidade de desconstruir e se rebelar contra tudo o que está estabelecido. O objetivo não é encontrar a essência do conhecimento, mas sim saciar a crença mais enraizada dentro de quem age assim: a de não crer em nada. Afinal, todo ateu é o maior crente entre os crentes.
Uma pessoa tem o direito de pensar o que quiser e ser tida como louca pelos outros. Contudo, ao trazer seus pensamentos para o debate e a análise, ela só alcançará seu objetivo se vier com a mente aberta, disposta a considerar outros pontos de vista e a dialogar com conhecimentos gerais. Isso permite que suas teorias ganhem maior coerência e solidez.
Em consonância com a linha hermética de Thoth, destacamos que todo conceito, teoria, paradigma ou dogma manifestado neste plano é limitado. Sempre que algo atinge o limite de um conceito, ele se desdobra infinitamente. Assim, a própria física moderna vem guiando os buscadores para as verdades arcanas que o Hermetismo, há muito tempo, tem trazido à humanidade: todo limite é ilusório. Se todo conceito é um limite, então, a princípio, todo conceito é ilusório. O Hermetismo aprofunda essa questão apontando para a essência do problema: o Conhecimento. É ele o foco, o que não deve ser perdido de vista. No entanto, os buscadores frequentemente se perdem, limitando a verdade a partir de um determinado paradigma.
O conceito, ao encerrar verdades absolutas, gera imposição ou refutação. Já o Conhecimento, como mola propulsora do movimento mental em busca da Essência Primordial, gera análise e conduz o ser à libertação das ilusões e emaranhados do Universo Imanente.
Não estamos buscando adeptos ao Hermetismo, nem pretendemos encerrá-lo como um paradigma ou verdade absoluta. Ele não é uma instituição dogmática ou uma religião, mas uma Filosofia Pura que navega pelo conhecimento da mecânica do Universo, tanto em seu modo de fazer quanto em seu modo de operar. O Hermetismo mostra que todos os paradoxos podem ser reconciliados, pois é a Chave Mestra que abre todas as portas do conhecimento e guia o ser no caminho da Libertação de todas as ilusões e emaranhados deste plano.
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